Mais um velho nordestino!
Comendo crua carne.
Sem tempero a sangue quente.
É como aquela raiva que dá na gente,
Que caboclo nenhum consegue conter.
Ô coisa velha desgramada,
Atropelo até pela calçada,
Quem vir de frente comigo bater.
E que fio danado de amolado,
Esse da faca em minha cintura.
Calça que não sustenta pela minha gordura,
Arma como essa não pode faltar.
Por vezes acompanhada d’um revolver,
Que cheio de balas sempre resolve,
Qualquer problema que venha a me desatinar.
Menino eu vou te dizer,
Que perigo se corre todo dia.
Cuidando da casa fica Maria,
Enquanto vou tentar arrumar o pão.
Subo num cavalo de galope pujante,
E sigo com meu coração viajante,
Sem medo! Porque esse eu num tenho não.
– Carlos Gomes